segunda-feira, 24 de novembro de 2014

DEPOIMENTO DE UMA PROFESSORA!!!!

Da série de depoimentos que integraram uma matéria no Jornal Diário da Manhã de Carazinho/RS sobre o Dia de Combate à Homofobia, compartilho na íntegra o de uma Professora. Segue depoimento:

MAGLIANI MION
Profissão: Professora de Ciências e Biologia

- Ocorre muito bullying homofóbico no ambiente escolar?
Em partes, afinal a grande maioria das crianças e adolescentes da atualidade não tem preconceito, mas, há uma minoria que talvez, por tabus e educação rígida de familiares, ainda pratica o bullying homofóbico. Sou professora da rede pública há três anos e nesse tempo, percebi dois ou três casos desse tipo de bullying no ambiente escolar.

- Como isso se manifesta na escola?
O bullying homofóbico se manifesta na escola através de piadas, ou, agressões verbais.

- Qual seria a origem do bullying homofóbico nos alunos?
Como já citei antes, acredito que o bullying homofóbico tenha origem na educação familiar, ou seja, “valores” ou “tabus” que podem ter origem religiosa e social.

- Você acha que a família tem um papel importante na formação do respeito ao outro?
Claro que sim!! É o que sempre falo para meus alunos, “Podemos não concordar, mas devemos respeitar.”
Nós temos que ensinar a respeitar o outro, como ser humano. E esse respeito deve ser ensinado também pela família.

- Você aborda esta temática na escola? De que forma?
Depende da turma e da faixa etária dos alunos. Faço o seguinte:

Quando trabalho com alunos de 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental faço sempre uma introdução com o assunto sexualidade, (coloco em pauta os seguintes tipos de expressão sexual: heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade e transexualidade).
Nessa idade noto grande curiosidade em saber como é, ou como acontecem os relacionamentos fora do “padrão estipulado pela sociedade”. Então trago vídeos de depoimentos e abro espaço para sanar dúvidas e quebrar tabus.

Já com os alunos do Ensino Médio, ano passado, comecei um projeto em cima do tema homofobia, onde iniciei com o filme “Orações para Bobby” que relata a história real de um adolescente homossexual que não era aceito por sua família e acaba por tirar sua vida jogando-se de uma ponte. Depois de assistir o filme os alunos fizeram uma dissertação. Lendo as redações percebi uma sensibilização e uma reduzida em alguns preconceituosos.
Depois fizemos grupos para pesquisar e apresentar as formas de expressão sexuais (heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade e transexualidade).
Por fim, a enfermeira Denise Dal Ri Braun foi convidada para vir até a escola falar sobre o tema.
O projeto foi concluído com sucesso, pois, notei em meus alunos grande sensibilização e o bullying homofóbico diminuiu bastante.

- Em sua opinião qual o papel da escola frente a essa situação?
O papel da escola é o de orientar e ensinar o respeito ao ser humano.

- Qual a importância de um trabalho de conscientização contra o bullying homofóbico nas escolas?
Conscientizar os alunos a respeitar o outro e evitar futuros traumas psicológicos. 


- Em sua opinião seria importante termos um dia específico para tratar deste tema em Carazinho?
Sim! Acho que seria de grande valia tirar um dia para discutir o tema com toda a comunidade.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

TODOS SOMOS IGUAIS!!!!

           Artigo escrito por mim (Denise Dal Ri Braun), e publicado hoje (10/10/14) no Jornal Diário da Manhã de Carazinho/RS.


quinta-feira, 18 de setembro de 2014

EXPLICAÇÃO SHOW SOBRE O CASAMENTO CIVIL E A UNIÃO ESTÁVEL!!!!!!

Trechos:

Em 2013 foi exigido pelo Conselho Nacional de Justiça que a União Estável deveria ter os mesmos direitos de casamento civil.

Porém....o ideal é que casamento de pessoas do mesmo sexo seja aprovado pelo Congresso para virar um direito garantido por lei.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

FILME ORAÇÕES PARA BOBBY (DUBLADO)

Deixo aqui como dica, o filme Orações para Bobby na íntegra e dublado. É um filme emocionante, baseado em história real. E que nos faz repensar muitas coisas!!!!

AME SEUS FILHOS E AMIGOS INDEPENDENTE DA SUA ORIENTAÇÃO SEXUAL.

Sinopse: Mary (Sigourney Weaver) é uma religiosa que segue à risca todas as palavras da bíblia. Quando seu filho Bobby (Ryan Kelley) revela ser gay, ela imediatamente leva o filho para terapias e cultos religiosos com o intuito de “curá-lo”. No entanto, Bobby não suporta a pressão e se atira de uma ponte, encerrando sua vida aos 20 anos de idade. Depois desse fato, Mary descobre um diário do garoto e passa a conhecer melhor o mundo dos homossexuais, tornando-se, logo, uma ativista em prol dos diretos gays. Baseado em uma história real.

HOMOSSEXUALIDADE POR DR. DRAUZIO VARELLA


Trechos da entrevista:

"Ninguém decide a sexualidade..."

"Você heterossexual... quando que você decidiu ser heterossexual?"

"Discriminar os homossexuais por causa do próprio comportamento ou do desejo que eles têm é uma ignorância absurda."

"Você pode controlar o comportamento... mas o desejo humano é incontrolável..."

"Aos Pastores de alma, que acham que a homossexualidade é um crime...um pecado... Então que coloquem para fora de sua Igreja quem tem esse comportamento, porém vocês não tem o direito de impor isso contra nós... Não podem ter o direito de achar que a sociedade inteira tem que ser contra o casamento gay."

E pra fechar com CHAVE DE OURO... pq Dr. Drauzio Varella é SHOWWWW!!!!

"Que diferença faz para você... pra sua vida pessoal, se o seu vizinho dorme com outro homem... se a sua vizinha é apaixonada pela colega de escritório?

"Se faz diferença... então procure um psiquiatra."


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

HOMOFOBIA EXPLÍCITA!

CTG que vai sediar casamento gay é incendiado em Santana do Livramento


 Que absurdo.. e depois dizem que não existe HOMOFOBIA.. Que isso é da nossa cabeça... 
E agora???? Se não queimaram o CTG devido ao preconceito... foi pelo que então?? R.E.V.O.L.T.A. total.

Qual é a dificuldade em entenderem que orientação sexual não se escolhe e que a homossexualidade em nada interfere na minha vida. Então pra que prejudicar e destruir o sonho dos outros!!!!! Me questiono se é: PURA MALDADE... INVEJA (pois queria ter coragem de se assumir e não pode, então agride o outro)... EXTREMISMO RELIGIOSO...não sei....

Mas de uma coisa tenho certeza... falta e muitooo a EMPATIA (colocar-se no lugar do outro) e o RESPEITO ao próximo.


Link abaixo:

 http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/09/ctg-que-vai-sediar-casamento-gay-e-incendiado-em-santana-do-livramento-4595805.html





terça-feira, 2 de setembro de 2014

Notícia!!!!!! Na véspera da Parada, Igreja Católica lança nota em apoio à comunidade gay.

        Apoio do Papa, tendo-se em vista o grande número de agressões aos homossexuais. PARABÉNS a ele pelo belo gesto.
Destaco:

           A entidade convida "pessoas de boa vontade e, em particular todos os cristãos, a refletirem sobre essa realidade profundamente injusta das pessoas LGBT e a se empenharem ativamente na sua superação, guiados pelo supremo princípio da dignidade humana".

http://www.superpride.com.br/2014/05/na-vespera-da-parada-igreja-catolica-lanca-nota-em-apoio-a-comunidade-gay.html

domingo, 3 de agosto de 2014

DEPOIMENTO EMOCIONANTE DE UMA MÃE!!!

Mãe sempre sabe? Este é o título de um livro da professora e pesquisadora Edith Modesto onde esclarece que a maioria dos pais não percebe que seus filhos são homossexuais e ao descobrirem passam por várias fases: de descoberta; perda; negação; atitudes de defesa; conformação e enfim a aceitação. Durante a descoberta enfrentam sentimentos como: frustração, tristeza, depressão, medo, dentre outros, e mostra que o importante é buscar informação e apoio, para que então haja o entendimento e aceitação de um filho que permanece sendo o mesmo de antes.
                                         “PÂMELA” (nome fictício)
            Meu filho tinha 19 anos, quando certa tarde me convidou para ‘caminhar’ com ele! Sempre fomos muito companheiros e este era um programa que fazíamos com frequência. Até então, meu filho, para mim, era um adolescente como outros tantos de sua idade. Nunca foi de ter um grande número de amigos, mas sempre contava com dois ou três que frequentavam a nossa casa. Lá pelos quinze anos, era o ‘beijoqueiro’ do Aparecida, e como toda boa mãe, quase me sentia ‘orgulhosa’ disto. Chegou a ter duas namoradinhas, tudo passageiro, cerca de dois ou três meses, cada uma. Eu chegava a notar que ele não se entusiasmava com nenhuma, mas pensava que, na verdade não estava ‘apaixonado’... Por este tempo, houve uma encrenca na escola. Teve uma excursão e voltou furioso, havia brigado com um colega que o chamara de ‘bicha’! Chegamos a ir na escola, ele estava muito indignado com a situação... Mas logo, tudo seguiu como sempre fora: era um adolescente expansivo em casa, amoroso, nunca teve qualquer trejeito que me desse qualquer indicativo de que teria uma orientação sexual diferente. Entrou cedo e bem qualificado na faculdade, era aplicado, e a única coisa que me preocupava um pouco, e que me parecia ‘diferente’ dos demais de sua idade, era sua falta de vontade de sair, ‘festiar’ como dizem os adolescentes – quase um isolamento social que ele mesmo se impunha. Nos finais de semana ficava em casa, adorava estar com a família, era muito ‘sossegado’!
 
             Então, ele me convidou para a tal ‘caminhada’: fomos, e lá pelo meio do caminho ele me falou que estava gostando de alguém. Fiquei super feliz, e disse quando é que ele iria me apresentar a ‘namorada’! E então ele me disse: - mãe, e se fosse um namorado!? Não sei exatamente dizer o que senti naquela hora: espanto, susto, medo??? Completamente surpresa perguntei se ele sabia exatamente o que estava querendo me dizer, quais seriam as implicações que teria, o quanto sofreria por conta de preconceitos, e também da própria exclusão que a sociedade impõe aos que fazem escolhas diferentes?! Ele me disse que não era uma escolha, mas que para ele não havia como ser diferente. Confesso que fiquei em choque por vários meses, não contei e não comentei com ninguém... eu precisava primeiro absorver para depois tentar auxiliar meu filho. Foram meses de silêncios e introspecção meus, com muitas conversas com meu filho. Perguntava e aconselhava a ele que se fosse possível ‘escolher’ isto ou fazer diferente, que ele tentasse... e ele me dizia que não era uma escolha... Após o primeiro período de choque, onde é claro, me preocupava com ele, mas me preocupava muito também com o que diriam os outros: os avós, a família, os amigos, etc., etc.,...Teve então, um segundo período, onde então, parei de me preocupar com os outros (e comigo?), e comecei a sofrer por conta do que ele sofreria. Percebi o quanto esta escolha o atingiria... Ele, cada vez mais quieto, menos amigos – a não ser dois ou três que frequentavam a casa há longo tempo, e também algumas amigas de longa data - não saía, não fazia festas, ficava em casa lendo, assistindo filmes, escrevendo, e estes eram seus ‘passatempos’ fora dos estudos. Continuava como sempre, querido, amoroso, excelente pessoa para se conviver e se conversar – ele tinha muito conhecimento e profundidade sobre o que falava – até por conta de seus próprios períodos de introspecção... Conversávamos muito nós dois, e eu várias vezes disse e reforcei: “se houver a mínima possibilidade de tu seres feliz de outra forma, tenta”! Estava muito preocupada com o isolamento que ele mesmo se impunha, e ele, na sua ‘calma tranquila’ me dizia: “ - mãe, já tentei!...”
Já haviam se passado quase três anos da nossa ‘conversa’... Eu ainda não havia comentado com ninguém, quando ele me disse que estava ‘amando’ – pela primeira vez. Via ele feliz, com ares que se vê no rosto de todos que amam e são correspondidos.
 

           Resolvi então, que era a hora de eu parar de fazer de conta que nada acontecia.... Se eu não acolhesse e não brigasse por ele, quem mais faria isto? Meu filho tinha (tem) todas, todas as qualidades que muitas mães fariam de tudo para verem nos seus: é respeitoso com todos, é tolerante, é amável com a família, é honesto, nunca teve nem próximo de drogas, bebidas ou qualquer outro vício, estuda, trabalha, é extremamente competente, adora os irmãos, é, enfim, uma PESSOA, com todas as qualidades que eu sonhei para ele... qual seria o motivo que faria deixar de brigar pela sua felicidade?
Durante a minha adolescência tive um grande amigo que era homossexual e a quem eu queria muito bem. Nunca tive nenhum preconceito em relação a ele e na nossa turma da época, enquanto amigo, era muito bem querido. Porém, quando foi com meu filho, inicialmente, agi com todo o medo de alguém que teme o preconceito.... por ele, e egoisticamente, por mim também. Até o momento que resolvi acolher a ele – e ao seu amado, cujo pai não aceitava de modo algum, e cuja mãe se escondia atrás de outros problemas, escanteando o rapaz... Via o quanto aquela pessoa sofria e todas as dificuldades que passava por conta do isolamento familiar. Resolvi, então lutar pela aceitação incondicional do meu filho amado.
Na família, com os amigos, conhecidos, no trabalho... nunca dei explicações a ninguém! Passamos a viver como vivem todos os outros, e o companheiro de meu filho nos acompanhando como acompanha o namorado de minha filha: sem tratamento diferentes.... sem explicações... Quando se apresenta o namorado da filha, ninguém dá explicação por ser ‘namorado’. Então, também não dou.
Assim, os que realmente importam nunca questionaram.. e como aceitei, todos que realmente importam, aceitaram... Alguns – pena, e pena mesmo, se afastaram... mas que fazer com a ‘grandeza interior” de cada um... o crescimento da pessoa é individual, então, quem, por qualquer motivo, se sentir “atingido” pela circunstância da homosexualidade (que, afinal, é íntima, e diz respeito somente às duas pessoas que assim de relacionam) simplesmente se afasta.
             
             E é assim.... nos questionamos o quanto de “gente”, de “pessoa” tem em cada um de nós? E a aceitação dos outros, com todas as diferenças que possua, e com todos os defeitos e virtudes que alcançam seu crescimento atual dentro da escala evolutiva humana – é que nos faz sermos mais ou menos tolerantes.
Meu conselho para pais que se veem na situação vivida por mim é que abracem seu filho. Não é isto que ninguém sonha e espera.... Mas enxerguem quem ele verdadeiramente é, a pessoa que ele é, porque, afinal, é isto que importa nesta vida..... as preocupações: se sofrerá preconceitos e intolerâncias por parte de alguns? Sim, sofrerá. Infelizmente, sofrerá, o que é pena.... pena dos que ainda passam por estes sentimentos menores. Não se deixem atingir por um fato que dirá respeito íntimo à pessoa de seu filho e aquele com quem ele se relacionará. Abracem e acolham a ele, para que não se perca, porque infelizmente é isto que se tem ouvido falar por aí: quantos adolescentes e mesmo adultos não terminam nunca com esta crise de aceitação, identidade, etc.. De quantos vocês já ouviram falar? Se vocês, que amam de todo o coração, e que sofrem só de pensar que seu filho possa sofrer – não o acolherem e não o aceitarem, quem o fará? 

              Sejam vocês os pilares de amor e aceitação, porque, afinal, pela intolerância e preconceito decorrente da homossexualidade ninguém será mais atingido que ele.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

SER HOMOSSEXUAL É TRAVAR 4 LUTAS...



Este segundo depoimento é de meu grande amigo Felipe, que agradeço sempre pelo apoio e incentivo em lutarmos pelo combate à homofobia.   
Surgiu de nossas conversas a ideia de projetos, palestras, este blog e grupos para que homossexuais, suas famílias e amigos pudessem tirar suas dúvidas e entender que homossexualidade não é doença e que respeito é fundamental.

FELIPE BRANDT 

        Ser homossexual é travar 4 lutas: a primeira é contra a sociedade, e é com os colegas de classe que tomamos por base como é a mentalidade do nosso meio, afinal filhos são um reflexo dos pais, é bem provável que seus colegas descubram que você é gay antes de você mesmo. A segunda luta é contra Deus, melhor, contra a imagem dos homens que falam em nome dele. A terceira é contra si, a aceitação. E a quarta é com a visão da família.
        No início já passei por todos aqueles adjetivos pejorativos imagináveis e raras vezes me deixei abalar, pois o pensamento que vinha a minha cabeça eram sempre os mesmos: onde exatamente eu ser homossexual vai interferir na vida de outra pessoa que não seja também homossexual? Mas a que mais me divertia era: por que essa pessoa se preocupa tanto com o fato de eu ser ou não gay?
      Felizmente não houve restrições em minha família, o maior medo deles sempre foi o que eu poderia enfrentar fora de casa, mas isso eu acho que é uma preocupação que todos os pais carregam. Mas pior são os que deixam de viver plenamente, abrindo mão de uma família, filhos, e passam a criar personagens, viver uma vida dupla e desgastante por medo da sociedade.
      Falei com uma amiga minha esses tempos e ela, imagino eu, na casa dos 65 anos, disse que ia viajar e aproveitar mais porque tinha no máximo ainda 15 ou 19 anos e desses uns 10 com relativa qualidade de vida, isso segundo a expectativa de vida. Aquilo me fez pensar e me arrepender dos 2 anos que eu não fui honesto comigo e com parte do que eu sou, porque ser homossexual não te define por completo, é uma milésima parte de tudo que você é e que completa o teu caráter.
       Penso que a única coisa que falta para cessar com a homofobia é um acesso maior a informação e a desmistificação desse assunto que nasceu junto com a humanidade, afinal a homossexualidade é uma das manifestações da sexualidade humana e nada mais.

- Qual a importância de um trabalho de conscientização contra o bullying homofóbico nas escolas e sociedade em geral?
      Acho importante o trabalho de conscientização do bullying como um todo, pois o respeito com o próximo diante de qualquer diferença é básico. Mas se formos pensar no Bullying homofóbico, temos um precedente que o torna de certo relevante. A criança ou o adolescente nessa época está começando a solidificar seu caráter e ainda está aceitando certos pontos da sua sexualidade, e esse é um assunto que ainda é tratado com certo desconforto, por mais avançada que pareça ser nossa sociedade.
    Sendo que o adolescente com medo da reação dos pais ou da reprovação dos amigos, acaba por não ter a quem recorrer, e nos casos mais graves vemos pessoas que dão um fim em suas próprias vidas.

domingo, 6 de julho de 2014

VAMOS JUNTOS LUTAR CONTRA A HOMOFOBIA!!!!

No artigo anterior, compartilhei a matéria que realizamos em Carazinho/RS sobre o Dia de Combate à Homofobia.

São depoimentos emocionantes, que por falta de espaço tiveram que ser reduzidos. Sendo assim, publicarei diariamente, os depoimentos na íntegra.

Para começar compartilho a história de "RAFAEL" nome fictício, e que foi escolhido pelo seu significado que descreve exatamente a pessoa que escreveu este depoimento: nome de um anjo. Significa Deus cura e indica uma pessoa paciente e perseverante, que procura beneficiar os que precisam de ajuda.


Leiam com o CORAÇÃO  e com EMPATIA (colocando-se no lugar do outro)!!!!!!



"Responder às questões sobre a homossexualidade é fazer sempre eu me reportar a triste infância e adolescência. Onde eu considerava-me sempre menos que os outros, sempre o peixe fora d’água. O menino lindo que gosta de cozinhar, de comprar, de se vestir bem e detesta jogar futebol e brincar de carrinho. Destaque em notas, em sempre ser o melhor de sala de aula, elogiado por todos, amado pelos mais velhos, e ao mesmo tempo se sentir tão pequeno perto dos amigos. Sempre soube que tinha algo errado comigo. Me apaixonava por meninas lindas mas que nunca era correspondido, pois elas preferiam sempre o “pior da turma”. Aí, vinha sempre os questionamentos: “Por que ser o melhor” se não vale de nada?! E o tempo passou, só o travesseiro sabe quantas vezes chorei e pedia a Deus para tirar minha vida. (Hoje me arrependo!) Pensar que não era o filho perfeito e que não teria a família que a sociedade impõe, mesmo sendo honesto, formado, bem visto pela sociedade. Mas sempre sem a resposta para: “E a namorada?” Trauma dessa pergunta feita sem piedade por todos.
                Ouvir como um tiro dado pelos próprios pais palavras como: “esses viados”. Por conta disso desenvolvi uma úlcera nervosa que me faz lembrar, quando fico nervoso ou com medo, tudo o que passei.   Fui realmente aceitar que olhava diferente para os meninos, com 24 anos quando viajei e me dei a oportunidade de experimentar, um beijo de outro homem. Então queria mudar tudo, queria realmente isso.
                Quando minha família desconfiou foi onde desencadeou o meu quase suicídio. Não tive apoio, pelo contrário, meus pais queriam mudar de cidade e me fizeram prometer de joelhos depois de muito choro que eu não era gay e que apresentaria uma namorada. Foi o que fiz, namorei durante um ano até que não suportei mais não ser eu mesmo. Terminei o relacionamento. E viajava todos os meses para longe, para poder ter momentos de paz e ser eu mesmo. Poder sair sem me preocupar com os outros, ou com medo de contarem à minha família.
                Mas isso me levava a um quadro depressivo, pois eu montava personagens para me esconder. Inúmeras vezes tentei suicídio. Agradeço a Deus ter encontrado pessoas no caminho que me estenderam a mão, e me escutaram, me deram forças para suportar a pressão que a sociedade impõe. E o que mais doía era saber que em casa eu só tinha meu travesseiro para chorar e pensar, que eles tinham um filho com tantas qualidades, mas que de nada valia se ele era “viado”.
                Acredito que o trabalho de conscientização para a sociedade seja o melhor caminho, pois não desejo a ninguém o que passei. Ser diferente e não ter onde me apoiar ou com quem conversar. Quem sabe se trabalho tivesse ocorrido há 10 anos eu nem precisasse ter mudado de cidade, ter me afastado de quem eu amo para poder viver com tranquilidade e sem medos. Triste é ver ao retornar para a cidade e visitar meus pais, que a situação não mudou, e as palavras ofensivas para os “viados” continuam.
                E confesso que não tenho forças para imaginar que mesmo me sustentando, perderia o amor deles, ou escutaria palavras que me ferissem tanto que jamais conseguiria perdoar. Pois tenho certeza, afinal conheço minha família, que jamais seria diferente. Então permaneço no silêncio e na dor, orando para as famílias aceitarem seus filhos do jeito que são. E lembro sempre das palavras da minha eterna amiga: Empatia! Coloque-se no lugar do outro."



sábado, 17 de maio de 2014

Para celebrar este dia, nada melhor do que informação e conscientização.
No Diário da Manhã deste final de semana, preparamos uma matéria emocionante e com vários depoimentos.
Para os que não moram em Carazinho, confiram a edição online.

http://www.diariodamanha.com/noticias/ver/1737/17+de+maio:+Dia+Nacional+de+Combate+%C3%A0+Homofobia


Agradeço a minha amiga Mayara Dalla Libera pela matéria maravilhosa. E a todos que contribuíram para que conseguíssemos realizá-la.


Em Carazinho/RS estamos nos mobilizando para que possamos instituir dia 17 de maio como o Dia Municipal de Combate à Homofobia!!


domingo, 9 de fevereiro de 2014

O PROJETO DE LEI DA CÂMARA (PLC) 122/2006, PROPÕE A CRIMINALIZAÇÃO DA HOMOFOBIA.

ESPERO QUE 2014 SEJA O ANO DE APROVAÇÃO DO PLC 122.

      O projeto torna crime a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero – equiparando esta situação à discriminação de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, sexo e gênero, ficando o autor do crime sujeito a pena, reclusão e multa. Aprovado no Congresso Nacional, o PLC alterará a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, caracterizando crime a discriminação ou preconceito de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero.
      Também será considerado crime proibir a livre expressão e manifestação de afetividade de cidadãos homossexuais, bissexuais, travestis e transexuais.

POR QUE A LEI?


Ainda não há proteção específica na legislação federal contra a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero;

• Por não haver essa proteção, estimados 10% da população brasileira (18 milhões de pessoas) continuam a sofrer discriminação (assassinatos, violência física, agressão verbal, discriminação na seleção para emprego e no próprio local de trabalho, escola, entre outras), e os agressores continuam impunes;

O projeto está em consonância com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário: “Artigo 7°: Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação”;

• O projeto permite a concretização dos preceitos da Constituição Federal: “Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação [...] / Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”;

O projeto não limita ou atenta contra a liberdade de expressão, de opinião, de credo ou de pensamento. Ao contrário, contribui para garanti-las a todos, evitando que parte significativa da população, hoje discriminada, seja agredida ou preterida exatamente por fazer uso de tais liberdades em consonância com sua orientação sexual e identidade de gênero;

• Por motivos idênticos ou semelhantes aos aqui esclarecidos, muitos países no mundo, inclusive a União Européia, já reconheceram a necessidade de adotar legislação dessa natureza;

• A aprovação do Projeto de Lei contribuirá para colocar o Brasil na vanguarda da América Latina, assim como o Caribe, como um país que preza pela plenitude dos direitos de todos seus cidadãos, rumo a uma sociedade que respeite a diversidade e promova a paz.


Fonte: http://www.plc122.com.br/entenda-plc122/pl-122-lei-homofobia/#axzz2sr8G2E4z