Da série de depoimentos que integraram uma
matéria no Jornal Diário da Manhã de Carazinho/RS sobre o Dia de Combate
à Homofobia, compartilho na íntegra o de uma Professora. Segue
depoimento:
MAGLIANI MION
Profissão: Professora de Ciências e Biologia
- Ocorre muito bullying homofóbico no ambiente escolar?
Em partes, afinal a grande maioria das crianças e adolescentes da
atualidade não tem preconceito, mas, há uma minoria que talvez, por
tabus e educação rígida de familiares, ainda pratica o bullying
homofóbico. Sou professora da rede pública há três anos e nesse tempo,
percebi dois ou três casos desse tipo de bullying no ambiente escolar.
- Como isso se manifesta na escola?
O bullying homofóbico se manifesta na escola através de piadas, ou, agressões verbais.
- Qual seria a origem do bullying homofóbico nos alunos?
Como já citei antes, acredito que o bullying homofóbico tenha origem na
educação familiar, ou seja, “valores” ou “tabus” que podem ter origem
religiosa e social.
- Você acha que a família tem um papel importante na formação do respeito ao outro?
Claro que sim!! É o que sempre falo para meus alunos, “Podemos não concordar, mas devemos respeitar.”
Nós temos que ensinar a respeitar o outro, como ser humano. E esse respeito deve ser ensinado também pela família.
- Você aborda esta temática na escola? De que forma?
Depende da turma e da faixa etária dos alunos. Faço o seguinte:
Quando trabalho com alunos de 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental faço
sempre uma introdução com o assunto sexualidade, (coloco em pauta os
seguintes tipos de expressão sexual: heterossexualidade,
homossexualidade, bissexualidade e transexualidade).
Nessa idade
noto grande curiosidade em saber como é, ou como acontecem os
relacionamentos fora do “padrão estipulado pela sociedade”. Então trago
vídeos de depoimentos e abro espaço para sanar dúvidas e quebrar tabus.
Já com os alunos do Ensino Médio, ano passado, comecei um projeto em
cima do tema homofobia, onde iniciei com o filme “Orações para Bobby”
que relata a história real de um adolescente homossexual que não era
aceito por sua família e acaba por tirar sua vida jogando-se de uma
ponte. Depois de assistir o filme os alunos fizeram uma dissertação.
Lendo as redações percebi uma sensibilização e uma reduzida em alguns
preconceituosos.
Depois fizemos grupos para pesquisar e apresentar
as formas de expressão sexuais (heterossexualidade, homossexualidade,
bissexualidade e transexualidade).
Por fim, a enfermeira Denise Dal Ri Braun foi convidada para vir até a escola falar sobre o tema.
O projeto foi concluído com sucesso, pois, notei em meus alunos grande
sensibilização e o bullying homofóbico diminuiu bastante.
- Em sua opinião qual o papel da escola frente a essa situação?
O papel da escola é o de orientar e ensinar o respeito ao ser humano.
- Qual a importância de um trabalho de conscientização contra o bullying homofóbico nas escolas?
Conscientizar os alunos a respeitar o outro e evitar futuros traumas psicológicos.
- Em sua opinião seria importante termos um dia específico para tratar deste tema em Carazinho?
Sim! Acho que seria de grande valia tirar um dia para discutir o tema com toda a comunidade.
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